A psicologia positiva, uma ciência dos “tempos modernos”, surgiu ao final do século XX, quando um de seus fundadores, o Psicólogo Martin Seligman, percebeu que havia novos “males” nos seres humanos devastados por questões bem mais concretas que aquelas do final do século XIX, como a depressão e a ansiedade. No período pós-segunda guerra mundial, marco histórico de reconstrução da sociedade moderna, cessados os conflitos, momento em que a guerra permitiu a reestruturação da sociedade, conseguir um emprego, conviver mais intensamente em coletividade, manter-se no trabalho, passou a exigir novas posturas do indivíduo. Mais do que isso, Seligman identificou a partir de seus estudos que o homem perdeu aquela felicidade idealizada, passando a se ver num mundo infeliz, cruel, de mortes e inerente sofrimento. Logo confrontou-se com alguns dilemas a exemplo: Como procurar emprego, sendo competitivo, sem “roubar” o cargo de outros? Sobretudo: como ser feliz nesse novo mundo?

Seligman, com a psicologia positiva, conseguiu equacionar todas essas questões que levam – todas, sem exceção – à busca da felicidade humana.

Depois de algum tempo, a maioria das tentativas para melhorar a vida profissional e pessoal fracassa. Pense bem. Por que quase todas as resoluções de ano-novo são deixadas de lado? Por que se volta aos velhos hábitos após workshops, palestras ou livros inspiradores? Por que grande parte das pessoas que faz dieta sucumbe ao efeito sanfona?

Até o início do século XX, a psicologia abordava as doenças pessoais, como a depressão, as neuroses, a infelicidade etc., via de regra conforme as teorias de Sigmund Freud e também de Carl Jung, dentre outros expoentes da psicologia desde fins do século XIX até o século XX. A Psicologia ficou focada no tratamento das doenças mentais. Em 1998, ocorreu uma mudança significativa na psicologia, quando Martin Seligman, presidente da Associação Americana de Psicologia, principal expoente e um dos disseminadores da Psicologia Positiva, junto a outros pesquisadores tem buscado o que há de positivo na vida cotidiana, as emoções positivas e as qualidades humanas, bem como analisado seus reflexos na carreira e demais atividades sociais do indivíduo. Associou-se a Ed Diener, da Universidade de Illinois, para estudarem como os psicólogos deveriam incluir as pesquisas sobre o funcionamento do lado positivo dos indivíduos, ou seja, o que os leva à felicidade plena. Não se trata de tema fácil, pelo contrário, exige muita técnica e precisão nas análises, para orientar as pessoas na busca da felicidade pessoal. Porém, esse quadro pode ser revertido com a aplicação dos princípios da psicologia positiva e aliá-los na busca da boa sucessão.

O sucesso de uma carreira está ao alcance de forma autônoma ao indivíduo. Segundo Seligman (2009) parte desta teoria se inspirou na psicologia humanística. Para ele a busca da felicidade deve ser constante e isto pode ser atingido, de certa forma, quando as pessoas buscam a gentileza, o bom-humor e as coisas agradáveis do cotidiano. Evidentemente, trata-se da procura do equilíbrio entre corpo físico e corpo mental; e, para isso, a resiliência do indivíduo deve ser firme e adaptativa, evitando-se os pensamentos negativos.

Para atingir esse nível de felicidade, os indivíduos devem olhar para dentro de si mesmos, buscando as melhores qualidades que possuem e que adquiriram através de suas experiências de vida, aplicando-as de forma racional a fim de atingir o sucesso profissional como uma consequência do método utilizado.

A psicologia positiva tem como proposta estudar as emoções positivas, potencialidades e as virtudes humanas. Ela trabalha as condições e os processos que contribuem para a prosperidade dos indivíduos, grupos e das comunidades tendo como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas prevenindo as patologias. A prática da psicologia positiva está voltada para a identificação dos valores, forças e virtudes humanas, tendo como proposta colaborar para que as vidas das pessoas se tornem mais felizes e prazerosas.

A psicologia positiva na atualidade vem aprimorando cada vez mais as suas técnicas para avaliar as forças pessoais, virtudes e os aspectos positivos do ser humano no segmento corporativo. A preocupação da psicologia positiva está em fortalecer as competências dos indivíduos e suas potencialidades, deixando de lado suas fraquezas e deficiências para fortalecer o que há de melhor no ser humano. A experiência subjetiva engloba o estudo do bem-estar subjetivo dos estados de fluxo, do otimismo, das emoções positivas referente ao passado, florescimento e felicidade em relação ao futuro. As comunidades e instituições têm se dedicado ao estudo das virtudes cívicas e instituições que movem os indivíduos rumo à cidadania.

A Psicologia Positiva é a ciência que visa descobrir as fraquezas e as riquezas das pessoas Portella (2011). Esse foi um movimento iniciado ao final dos anos 1990 e visa despertar nos indivíduos seus pontos fortes, suas potencialidades e suas emoções. Suas origens têm bases bem definidas, de focar no bem estar na vida.

    Da mesma forma, existem duas potencializações. Na potencialização primária o objetivo é ajudar as pessoas a se desenvolver para que elas possam alcançar a satisfação. Essa proposta não se aplica apenas à vida pessoal, podendo e devendo ser aplicada, também, às pessoas nas organizações, o que pode trazer o sucesso pessoal, profissional e organizacional, ou seja, criando-se as condições, pode-se ter uma vida plena (PORTELLA, 2011). Na secundária, ela visa reduzir os problemas depois de surgidos.

Além disso, devem-se descobrir habilidades, virtudes, talentos e pontos fortes. Nesse sentido, Portella explica que as empresas ainda não deram a devida atenção aos pontos fortes dos candidatos e dos funcionários, preferindo minimizar os pontos fracos, ou seja, as dificuldades. Assim sendo, a psicologia positiva traz uma forte contribuição no sentido de não se centrar nas preocupações, nas falhas e nas tristezas, mas sim, nos aspectos positivos que cada ser humano tem dentro de si. É preciso, portanto, buscar os talentos, identificando-os, buscar os desejos que muitas vezes trazem embutidos os talentos ainda não aflorados, e praticar o aprendizado rápido, que pode revelar talento nos indivíduos. Sobretudo, pessoas que apresentam satisfação estão mais predispostas a se sintonizarem com a felicidade e alcançarem o sucesso.

De acordo com Seligman (2003), a Psicologia Positiva dá um passo adicional em relação ao processo de Coaching, uma vez que, propõe uma investigação sobre a identidade do indivíduo – quem eu sou – antecedendo a investigação sobre o que fazer preponderante no processo de Coaching.

O edifício da Psicologia Positiva está sendo construído sobre três pilares fundamentais, em que cada um deles pode ser alinhado ao Coaching: 1. Bem-Estar Subjetivo Positivo (satisfação com a vida, otimismo, felicidade) 2. Caráter Positivo (forças pessoais e virtudes); 3 . Grupos, Comunidades e Culturas Positivas (instituições positivas).

    E nesse contexto, Scardua (2012) explica que, dentre os objetivos da psicologia positiva, tem-se o conhecimento do que é vivenciado como felicidade, até porque, tal vivência permite que as pessoas se sintam plenas e em harmonia com suas escolhas de vida, e consequentemente em suas atividades sociais, impactando diretamente em sua carreira.

    Além disso, nesta sintética análise do escopo da psicologia positiva, deve-se mencionar a comunidade que ela pode atingir. Segundo Paludo e Koeller (2007), “o conhecimento das forças e virtudes poderia propiciar o ‘florescimento’ das pessoas, comunidades e instituições”.  Assim sendo, a psicologia positiva apoia-se na ideia de felicidade como algo derivado de uma “vida virtuosa”, conforme os princípios defendidos na Antiguidade por Aristóteles.

    Para Buckingham e Clifton (2008), existem “ferramentas revolucionárias” para aprimorar o indivíduo, tendo como a primeira o fato de que todos os seres humanos possuem pontos fortes e fracos e o maior potencial das pessoas está justamente nos seus pontos fortes. A segunda “ferramenta revolucionária” seria o sistema de identificação dos talentos dominantes. Se existe a possibilidade do indivíduo identificar qual o seu maior potencial, ele deve explorá-lo ao máximo. A terceira “ferramenta revolucionária” é a linguagem comum na descrição dos talentos pessoais. O talento é inato e se manifesta por padrões naturais e espontâneos de comportamentos, sentimentos e de pensamentos que são usados de forma produtiva na vida da pessoa.  O ponto forte é o talento associado ao conhecimento e as técnicas. Ele pode ser utilizado ou não, e as pessoas que sabem administrar seus pontos fortes o utilizam em seu próprio benefício. O conhecimento se dá através das experiências vividas. Já as técnicas podem ser aprendidas.    Esses três – talentos, conhecimento e técnicas – combinam-se para criar seus pontos fortes (BUCKINGHAM e CLIFTON, 2008).

    Existem 34 talentos, são eles: adaptabilidade, analítico, ativação, autoafirmação, carisma, comando, competição, comunicação, conexão, contexto, crença, desenvolvimento, disciplina, empatia, estudioso, excelência, foco, futurista, harmonia, ideativo, imparcialidade, inclusão, individualização, input, intelecção, organização, pensamento estratégico, positivo, prudência, realização, relacionamento, responsabilidade, restauração e significância. Podem existir fatores que se tornem obstáculo ao desenvolvimento dos pontos fortes. Dentre eles, o medo das fraquezas, o medo do fracasso e medo do verdadeiro eu. Da mesma forma, as pessoas devem administrar seus pontos fracos, tornando-se melhor na tarefa, encontrando truques de apoio ou formando parcerias.

Para Peter Drucker (2001), na sociedade do conhecimento o verdadeiro investimento não é em máquinas e ferramentas e sim no conhecimento do trabalhador.  É pensando, sobretudo, no mercado de trabalho, que o indivíduo deve se preparar para ter uma Autoapresentação Positiva. Em boa parte do mundo, a riqueza econômica cresce e aumentam os recursos materiais, mas em geral, o bem-estar emocional não. Isso gera uma demanda por uma atenção maior ao bem-estar emocional, quer a nível pessoal, quer ao nível pessoal ou organizacional. Existe uma tendência nas pessoas, e também nas organizações; dar maior ênfase aos problemas e falhas a serem reparadas. Aplicar a Psicologia Positiva no campo organizacional pode estar na identificação e no cultivo dos pontos fortes das organizações e de seus colaboradores. Isto não significa evitar a análise dos problemas e deficiências, mas sim lidar com eles numa perspectiva positiva e realista. O objetivo é levar os indivíduos e as organizações a explorar e atingir o seu maior potencial. O engajamento pleno do trabalhador em seu ambiente de trabalho é um problema mundial. Uma pesquisa de âmbito global mostrou que apenas 14% dos trabalhadores se sentem plenamente comprometidas nas empresas que trabalham. O estudo realizado pela empresa de consultoria internacional em RH, a Towers Perrin, mostrou que muitas pessoas interessadas em contribuir mais no trabalho, são desmotivadas e desencorajadas pelo comportamento dos seus gestores e pela cultura das organizações em que estão inseridas.

A resposta da psicologia positiva é que quando a pessoa usa suas forças e competências, ela se sente mais envolvida, seu desempenho aumenta e ela fica com mais vigor e energia. As pesquisas já demonstraram que quando as pessoas são consideradas mais pelas suas virtudes do que pelas fraquezas, elas são mais produtivas e geram maior lucratividade para a empresa. Em uma pesquisa realizada na fundação Gallup pelo Dr. Donald Clifton, mostrou que quando a pessoa não está fluindo no campo de suas forças pessoais ela está aproximadamente seis vezes menos engajada do que quem está usando ativamente as suas competências.

A psicologia positiva, uma ciência dos “tempos modernos”, surgiu ao final do século XX, quando um de seus expoentes, o Psicólogo Martin Seligman, percebeu que havia novos “males” nos seres humanos devastados por questões bem mais concretas que aquelas do final do século XIX. Período pós-segunda guerra mundial, marco histórico de reconstrução da sociedade moderna, cessados os conflitos, momento em que a guerra permitiu a reestruturação da sociedade, conseguir um emprego, conviver mais intensamente em coletividade, manter-se no trabalho, passou a exigir novas posturas do indivíduo. Mais do que isso, Seligman identificou a partir dos estudos que o homem perdeu aquela felicidade idealizada, passando a se ver num mundo infeliz, cruel, de mortes e inerente sofrimento. Logo confrontou-se com alguns dilemas a exemplo; como procurar emprego sendo competitivo sem “roubar” o cargo de outros? Sobretudo: como ser feliz nesse novo mundo?

É simples e está ao alcance de qualquer indivíduo racional, através psicologia positiva, preparando-se.